O aumento significativo da prevalência da obesidade nos últimos anos pode ser atribuído a diversas mudanças na sociedade, em que o “ambiente”, e não apenas o indivíduo e suas escolhas, assume um lugar estratégico na análise do problema e nas propostas de intervenções. Os modelos ecológicos sugerem que a obesidade na infância é resultado de uma série de fatores individuais e ambientais que atuam em diversos contextos: familiar, comunitário, escolar, social e político. Especificamente o ambiente escolar, aquele em que as crianças e adolescentes passam no mínimo um terço do dia, tem sido considerado estratégico na compreensão de fatores relacionados às escolhas alimentares e ganho de peso. Dessa forma, a qualidade dos alimentos disponíveis nas escolas pode influenciar desfechos na saúde desses indivíduos. O ambiente alimentar da escola refere-se a todos os espaços, infraestrutura e condições dentro e ao redor das dependências da escola onde os alimentos estão disponíveis para compra e/ou consumo. O estudo deste ambiente também engloba aspectos relacionados à promoção e precificação de alimentos. Quando este ambiente contribui para escolhas alimentares não saudáveis, ele é caracterizado como obesogênico. Nesse sentido, justifica-se a importância dessa proposta na perspectiva da prevenção da obesidade infanto-juvenil, na elaboração de intervenções comunitárias que possam favorecer escolhas alimentares e ambientes escolares mais saudáveis. Dentre as diversas possibilidades de intervenção realizadas no ambiente escolar para prevenir a obesidade, têm-se as medidas regulatórias voltadas para a alimentação. Essas visam promover um ambiente alimentar escolar mais saudável, por meio de legislações que contemplem a distribuição, oferta, comercialização, propaganda e publicidade de alimentos e bebidas ultraprocessados em escolas públicas e privadas, priorizando a oferta de alimentos in natura e minimamente processados. Diante disso, o presente projeto tem como objetivo analisar aspectos relacionados à comercialização de alimentos em cantinas escolares públicas e privadas. A meta do projeto é subsidiar as propostas de regulamentação da comercialização de bebidas adoçadas e alimentos não saudáveis em cantinas escolares privadas, por meio da discussão dos dados junto aos profissionais e gestores de saúde, bem como gerar evidências científicas robustas sobre a temática da regulamentação de alimentos no ambiente escolar. Para atender o objetivo do projeto, propõem-se um estudo ecológico que terá como unidade de análise o ambiente alimentar das escolas privadas com ensino fundamental e médio de Salvador-Bahia.
PALAVRAS-CHAVE Ambiente; Obesidade; Saúde Pública; Escolas.
Objetivo Geral: Conhecer aspectos relacionados à comercialização de alimentos no ambiente alimentar escolar.
Instituições Parceiras: UFMG, ENSP FioCRuz Rio de Janeiro; UFRJ; UERJ.
Período de Vigência: 03/2022 a 03/2023
Habilitação Discente: Poderão participar deste projeto discentes do curso de Nutrição
Valterlinda Alve de Oliveira Queiroz
Contato: valterlinda.oliveira@gmail.com